A noite do Sábado da Aleluia (04/04) ficou marcada pela apresentação do Grupo de Catira da Família Guedes, que ao som das palmas, pés e viola, levou ao delírio o público que lotou o restaurante do Festival Gastronômico, Esportivo e Cultural. Ao som da viola da dupla Marcos Violeiro & Cleiton Torres, o Grupo arrancou palmas da multidão que tomava conta do restaurante. Um dos momentos mais emocionantes da apresentação ficou por conta da homenagem feita pela família ao senhor Ildo Gonçalves Medeiros (Ildinho), um dos fundadores do grupo de catira dos Guedes, assassinado ano passado. Para os Guedes, o toque da viola no compasso dos pés é uma herança passada de geração para geração e a catira está no sangue da família. A catira da família Guedes ficou, nacionalmente, conhecida depois da gravação da música Rio de Ouro (LP ‘Rei do Catira, 1974) de autoria de Manoel Guedes e Odilon Medeiros, pela dupla Vieira e Vieirinha. Depois em 1977, Vieira e Vieirinha lançou pela gravadora Continental, o LP ‘VIEIRA E VIEIRINHA COM OS CATIREIROS DE SÃO SIMÃO’, que trazia a participação dos Guedes. Preocupada em manter viva a tradição da catira no município, a prefeitura apoia um projeto desenvolvido pelo professor Paulo Henrique Medeiros (PH), que busca o resgate da arte. PH é responsável por ensinar a dança para as meninas do Grupo de Catira de São Simão ‘Resgatando a Tradição’, que já se apresentou para o Governador Marconi Perillo, por ocasião do lançamento da 9ª edição do Festival Gastronômico, Esportivo e Cultural, na sede do governo goiano. A “Catira”, também conhecido como cateretê, é uma dança do folclore brasileiro ao som da viola caipira, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos ou catireiros, como são chamados. De origem ainda pouco conhecida, com influências indígenas, africanas e europeias, a catira ou “o catira” tem coreografia executada na maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores) e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam normalmente no ritmo do recortado. Há no Brasil danças com semelhanças muito parecidas como o fandango, lundu e curraleira, mas todas se distinguem entre si pelas suas características próprias e distintas. Até mesmo a coreografia da catira apesar de parecer semelhante varia bastante em determinados aspectos, havendo diferenças nítidas de uma região para outra.