Paralisada desde o final de maio de 2014, por decisão da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná deve voltar a operar regularmente a partir de fevereiro. A informação é do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH), que divulgou a nota nesta terça-feira (19/01). Com as fortes chuvas dos últimos dias, o porto de Pereira Barreto (SP) mudou o cenário. Com a cheia do rio Tietê, a seca que castigava a região mudou a paisagem no local. Segundo o Governo do Estado de São Paulo, por meio das Secretarias de Energia e de Logística e Transportes, o aumento nos níveis dos rios Tietê, rio Grande e rio Paranaíba possibilita o restabelecimento da navegação. Segundo o Departamento Hidroviário, a cota mínima de navegação é de 325,40 metros. Em alguns trechos da hidrovia está até em 326 metros, mas em alguns pontos abaixo de 324. De acordo com o departamento, o nível precisa subir ainda em alguns pontos e se estabilizar, para as embarcações não terem problemas. Desde a sua interdição pela Marinha, em maio de 2014, devido à estiagem no Estado de São Paulo, deixaram de ser transportadas mais de 6 milhões de toneladas de produtos, com especial destaque para a safra de grãos e farelos vindos de Mato Grosso e Goiás. Em 2014, passaram pela hidrovia apenas 500 mil toneladas de soja e milho, frustrando as expectativas dos produtores que esperavam escoar 2,5 milhões de toneladas pelo mais importante corredor hidroviário do país. Em 2013, foram transportadas 6,2 milhões de toneladas de cargas como milho, soja, óleo, madeira, carvão, adubo e areia. O motivo da interdição partiu de uma decisão da ONS em privilegiar a geração de energia hidrelétrica nas usinas de Ilha Solteira, no rio Paraná, e a de Três Irmãos, no rio Tietê. Em razão da contenção da vazão, com o objetivo de manter os reservatórios em alta, houve a redução do calado do rio Tietê para níveis abaixo do permitido para a navegação dos comboios. As normas de navegação exigem um calado mínimo de 2,20 metros para navegação. O ponto mais crítico era em um trecho de 10 km entre a usina Três Irmãos e a usina de Nova Avanhandava, nos municípios de Andradina e Buritama, no qual o calado encontrava-se com 1 metro. Com isso, a frota de 21 comboios que costumava operar na hidrovia ficou parada, o que ocasionou cerca de 1.000 demissões entre empregos diretos e indiretos e um prejuízo estimado em R$ 700 milhões, segundo o Sindasp (Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo).