Leilão da BR-364: Ministério dos Transportes pretende formar importante corredor entre a BR-364 com a BR-365, no trecho entre São Simão e Uberlândia, para escoamento de grãos
Última atualização em 12 fevereiro 2016 às 00h55
O Ministério dos Transportes (MT) sonda investidores para realizar mais três leilões de concessão de rodovias federais, entre elas a BR-364, que começa em São Paulo, passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia até chegar ao Acre. O objetivo é formar um corredor da BR-364 com a BR-365, ligando a Região Nordeste ao Centro-Oeste, passando por Uberlândia, chegando até Goiás. Um corredor importante para o escoamento de grãos, mas que precisa receber altíssimos investimentos.
A concessão consiste na exploração por 30 anos da infraestrutura e da prestação do serviço público de recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do trecho de 437 km. O segmento a ser concedido abrange 12 municípios de Goiás (Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Jataí, Paranaiguara, Rio Verde, São Simão) e Minas Gerais (Santa Vitória, Gurinhatã, Ituiutuba, Canópolis, Monte Alegre de Minas, Uberlândia). De acordo com a proposta de concessão, a rodovia contará com sete praças de pedágio, localizadas nos municípios de Uberlândia (MG), Monte Alegre de Minas (MG), Gurinhatã (MG), Santa Vitória (MG), Cachoeira Alta (GO), Aparecida do Rio Doce (GO) e Jataí (GO). Estão previstos investimentos na ordem de R$ 2,76 bilhões realizados pela concessionária vencedora do leilão, que deverá duplicar 357 km do trecho.
Esses trechos são os principais corredores de escoamento da safra de milho, soja, cana-de-açúcar e carne do Estado de Mato Grosso e do Sudoeste Goiano (principal região produtora do Estado), tendo como destino o Porto de São Simão e Triângulo Mineiro. “A duplicação, sobretudo na BR-364 é muito esperada”, diz o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner.
O critério para definição da concessão será o de menor tarifa e o financiamento será liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com bancos comerciais.
Goiás pode atrair R$ 51 bilhões da iniciativa privada, dos R$ 198 bilhões previstos, que inclui também um pacote de concessões de ferrovias, aeroportos e outros itens de infraestrutura.
Com extensão de 855 quilômetros, o trecho da Ferrovia Norte-Sul que sai de Palmas (TO), passando por Anápolis, São Simão, seguindo até Estrela D´oeste (SP) é considerado economicamente viável. Isso porque boa parte dos atacadistas de Goiás está concentrada em Anápolis e há demanda reprimida de carga para o Norte do País. “O trecho passa também próximo à região de minério do Norte do Estado”, diz o superintendente do Porto Seco Centro-Oeste, Edson Tavares. A expectativa é que R$ 7,8 bilhões sejam investidos no trecho entre Palmas e Anápolis e R$ 4,9 bilhões entre Anápolis e Estrela d´Oeste (SP).
Conforme nota do Ministério do Planejamento, o governo poderá escolher entre três modelos de concessão: leilões por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento de investimento. Mas em todos os casos, haverá garantia de direito de passagem e tráfego mútuo. “Esse é o modelo mais eficiente e democrático”, opina.