Por dois dias, as atenções da mídia nacional e internacional estiveram voltadas para São Simão, pois o município serviu, entre os dias 4 e 5 de agosto, de passagem para os competidores do Rally dos Sertões 2015. A competição, que está na 23ª edição e é a segunda maior do mundo, teve início em Goiânia no último dia 01 de agosto e se encerrou em Foz do Iguaçu (PR), dia 08. O tradicional evento passou por quatro Estados (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná) e reuniu competidores de motos, carros, quadriciclos e UTV´s. Ao todo, foram 2.917 km rodados. Pela primeira vez, a competição passou por São Simão, cidade que recebeu os competidores na terceira etapa. Aqui, os competidores desfilaram pela Orla do Lago Azul e centro da cidade e, depois com seus potentes veículos seguiram para a área de camping, onde passaram pela manutenção e os pilotos aproveitaram para descansar. Após 503,37 km percorridos, e 295,05 km de trecho cronometrados, o que se ouvia dos pilotos durante a chegada, no Complexo Turístico do Lago Azul, era de que “realmente o Rally dos Sertões havia começado em São Simão. Uma etapa complicada e de muita técnica”. A terceira etapa teve trechos de subida de serra muito estreita e sinuosa, seguindo por estradas com lombas e lombadas de todos os tamanhos. Em alguns pontos, a prova ficou travada e sinuosa com pequenos trechos de Trial, passando por uma área agrícola contornada por grandes lavouras de cana-de-açúcar. Segundo o piloto do carro Toyota, Reinaldo Varela, a etapa na cidade exigiu muita concentração “Hoje foi uma etapa maior que as anteriores. A especial de São Simão foi típica de Sertões, mesclando todo tipo de terreno, com um pedaço travado e outros de alta”. Ramon Sacilotti, piloto de moto da Sacilotti Team, que venceu em São Simão, gostou da especial, principalmente por ter reunido variações de terreno, e logicamente por sua performance. “Consegui imprimir um ritmo legal aqui. Trecho muito competitivo e pesado”, destacou. Nos quadriciclos, a vitória na terceira etapa ficou com o uruguaio Mauro Almeida Sierra, da equipe Charrua Racing. “Foi uma etapa divertida. Eu gostei, andei como se fosse uma prova de motocross. Minha caixa de câmbio teve um problema, andei em quarta marcha o tempo inteiro, mas pude fazer um bom resultado”, contou. O UTV pilotado por Rodrigo Varela venceu o percurso do dia na categoria. “Foi uma especial limpa na navegação, não erramos nada”. Na categoria carros, quem se deu bem em São Simão foi a dupla da X Rally Team, Cristian Baumgart  e Beco Andreotti. “Felizmente hoje trouxemos uma vitória para equipe, até para dar um ânimo. Nós temos potencial para vencer o Rally dos Sertões, mas também precisamos ter sorte”, disse Cristian Baumgart, Unanimidade entre todos os competidores foi de que a etapa Itumbiara-São Simão, foi a mais complicada e competitiva. Muito elogiada, tantos pela organização, equipes e pilotos foi a estrutura da área de camping do Lago Azul, que abrigou todo o circo do Rally dos Sertões. “Cenário muito lindo! Um lago de imenso e uma área de camping totalmente estruturada, sem dúvidas, um dos melhores lugares por onde já passamos”, comentou um dos mecânicos da Honda Racing. À noite, durante o “briefing” com os pilotos, o prefeito Dr. Márcio Barbosa Vasconcelos, falou da alegria de toda a cidade, por estar recebendo um evento tão grandioso e de nível internacional, que projetaria São Simão para diversos países. O prefeito afirmou também que a passagem do Rally dos Sertões significa uma oportunidade impar para a divulgação do município em toda mídia esportiva do país. “É muito orgulho para nós receber um evento como esse aqui, em nosso município. Um evento como esse, além de movimentar nossa economia, mostra nosso município para o Brasil e o mundo através dos meios de comunicação pela importância e a repercussão do Rally. Fizemos direitinho o ‘nosso dever de casa’, por isso acredito que nos credenciamos para receber, no próximo ano, mais uma etapa do evento”, disse. Depois de oito dias de muita poeira, sol e adrenalina, chegaria ao fim, no último dia 08/08, em Foz do Iguaçu, a 23ª edição do internacional Rally dos Sertões, com a vitória nas motos, do favorito Jean Azevedo. Nos carros, a dupla formada por Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin deixou todos os adversários para trás. Marcelo Medeiros levou a melhor nos quadriciclos e Bruno Sperancini e Lourival Roldan foram melhores nos UTV´s. O Rally dos Sertões é disputado na modalidade cross-country, prova “contra o relógio” na qual quem fizer o menor tempo nos trechos cronometrados, vence. Outra característica desta modalidade é que pilotos e navegadores desconhecem o percurso – não há treinos – e a cada metro descobrem novos desafios. A cada ano, o trajeto da prova contava uma história da cultura brasileira, marcando cada cidade em que passavam os veículos. No primeiro ano, o caminho abordou uma parte da vida de Luiz Gonzaga, ao passar por sua cidade-natal, Exu (PE) e pelo parque Asa Branca (PE), uma das maiores obras do cantor. Entre os temas escolhidos para ‘nomear’ o Rally dos Sertões, destacam-se: o livro de Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas; a Coluna Prestes e Virgulino Ferreira, o Lampião. Com o passar dos anos, a competição cresceu e, em 1995, foi reconhecida pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM). A prova já era considerada um grande evento e constava no calendário esportivo do país. O mesmo ano foi a estreia dos veículos 4×4. No ano seguinte, estrangeiros participaram da prova que ganhou notoriedade mundial. No ano 2000 foi adicionada a modalidade de caminhões e, em2001, a duração da competição, que era de 14 dias, passou para 10. O apoio da organização e da mídia fez com que o Rally dos Sertões não passasse apenas por uma competição esportiva off-road. O evento mesclou ações ecológicas e sociais, contribuindo para o desenvolvimento de um país ainda desconhecido pela maioria dos brasileiros. Em 2008, o Rally dos Sertões se tornou etapa do Campeonato Mundial de Rali Cross-country da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para carros e caminhões.