Constran paralisa obras e Dr. Márcio se une a outros três prefeitos na busca de solução para o impasse
Última atualização em 09 março 2015 às 19h14
O presidente da Constran, João Santana, afirmou, em artigo escrito para o jornal Folha de S. Paulo, nesta terça-feira (3/03), que as obras da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, estão paralisadas por falta de pagamento da Valec, empresa ligada ao Ministério dos Transportes responsável pelas obras ferroviárias no país. A empresa também paralisou as atividades da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) no interior da Bahia.
João Santana alega que a construtora não recebe pagamentos a quatro meses. O trecho de 150 km, que vai de Ouro Verde (GO), passando por São Simão até chegar a Estrela D’Oeste (SP), estimado em R$ 3 bilhões, foi licitado em 2010 e tinha previsão de ser concluído em 2012. Até o final de 2014, a obra tinha sido 78% concluída. Agora por calote do governo federal, está parada.
“Em quase 60 anos de história é a primeira vez que não recebemos nem sequer para honrar a folha de pagamento”, escreveu o empresário.
A paralisação das obras da Valec na Bahia, Goiás e em São Paulo poderá causar até nove mil demissões. Responsável pelas construções, o governo federal teria sido informado de que todas as empresas contratadas realizarão cortes no quadro de funcionários. “Nossa situação financeira só não é delicada porque mais da metade do faturamento é oriundo da iniciativa privada”, disse o presidente da Constran. Ele também afirma que a crise envolvendo a empresa não tem relação com a Operação Lava Jato, apesar da UTC, que a controla, ser uma das investigadas pela Polícia Federal. Santana finaliza o artigo com críticas à gestão econômica do governo Dilma Rousseff (PT) além de questionar o “peso” do Estado brasileiro, hoje com 39 ministérios, para o contribuinte.
Diante da crise, o prefeito Dr. Márcio Barbosa Vasconcelos, afirmou já ter estabelecido contato com os prefeitos Genésio Franco (Santa Vitória), Célio Batista Nunes (Paranaiguara) e Odair Resende (Quirinópolis), no intuito de buscar soluções para a problemática que pode afetar drasticamente a economia no entorno desses munícios, abrangidos pela atuação da empresa Constran. “Juntamente com São Simão, esses são os Municípios diretamente prejudicados com essa paralisação, estamos nos unindo para irmos a Valec ajudar a cobrar a resolução dessa situação, o mais rápido possível”, disse.
Não bastasse a falta de investimento na Hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, por parte do governo federal, levando à sua paralisação, agora São Simão sofre com o calote desse mesmo governo.
O mais importante corredor hidroviário de transporte de grãos do Brasil, sobretudo de soja e milho, está parado desde maio do ano passado por causa de uma forte seca que atingiu os rios Tietê e Paraná.
Em 2013, foram movimentados seis milhões de toneladas contra quatro milhões em 2014. Os prejuízos somam R$ 500 milhões. Houve um acréscimo de 30% nos gastos do transportador e mil demissões ocorreram no setor.
O problema ainda não está próximo de ser solucionado, pois depende diretamente do aumento do volume das chuvas e também da solução de um impasse com o setor de energia.